Editorial equipe Kovver.
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A estrada é um bicho estranho. É como um buraco negro, sugando o tempo, distorcendo dias em horas e horas em segundos. As noites se transformam em dias, e os dias se transformam em noites, em um piscar de olhos. O tempo perde todo o seu significado. Na estrada, o único relógio que importa é a próxima apresentação, o próximo show. E a música, ah, a música nunca para. É uma constante, a trilha sonora de uma vida nômade, tocada em quartos de hotel sujos e arenas lotadas, nos fones de ouvido durante longas viagens de ônibus e em pequenos bares de beira de estrada.
Stillwater era um animal selvagem, alimentado por acordes poderosos e uma energia inesgotável que parecia vir do próprio núcleo da Terra. Eles eram a encarnação do rock’n roll, com toda a sua crueza e glamour, sua energia bruta e vulnerabilidade. Eles eram uma força da natureza, indomável e imprevisível, e William estava lá, bem no meio de tudo, testemunhando de primeira mão a magia e o caos que era a vida na estrada.
A banda era composta por quatro indivíduos distintos, cada um com seu próprio temperamento e peculiaridades. Havia Russell, o guitarrista principal e a alma da banda, cujos solos de guitarra faziam o público se contorcer em êxtase. Jeff, o vocalista, cuja voz parecia rasgar o céu com sua intensidade. Larry e Ed, o baixista e o baterista, mantinham o ritmo, a batida constante que era o coração da banda. Juntos, eles eram Stillwater, e sua música era um sopro de vida no deserto estéril da conformidade.
E então havia Penny. Penny Lane, a enigmática fã que parecia ser tanto a musa quanto a mãe da banda. Ela era uma Band Aid, uma fã dedicada que viajava com a banda, vivendo e respirando a música junto com eles. Ela era mais do que uma fã, ela era parte da banda, sua presença tão vital quanto os acordes de guitarra de Russell ou a voz de Jeff. Penny era um mistério, um enigma envolto em uma aura de canções e sonhos. Ela tinha um sorriso que poderia acender uma sala escura, e um coração que era tão grande quanto o próprio universo.
Viajar com Stillwater foi uma educação em si mesma. A cada cidade, a cada show, William aprendia algo novo. Ele aprendeu sobre a dinâmica complicada de uma banda de rock, a tensão e a camaradagem que existiam lado a lado. Ele aprendeu sobre o poder da música, como ela podia unir as pessoas de uma maneira que poucas coisas poderiam. Ele aprendeu sobre o preço da fama, a pressão constante para se apresentar, para agradar aos fãs, para manter o mito vivo.
Ele viu a alegria no rosto de Russell quando ele estava no palco, sua guitarra rugindo como um trovão. Ele viu a ansiedade em seus olhos antes de cada show, a incerteza se eles
*Crônica baseado no filme Stillwater | Almoust Famous.